Você é jovem.
Você aprende.
Você vive.
Você entende.
É como se o chão se abrisse sob seus pés e você não tivesse pra onde ir ou a quem chamar. A garganta fecha, o grito fica preso e a lágrima sai, ela jorra e parece mesmo ser uma fonte infinita. Dói tudo. A cabeça, o corpo, o peito. Você vê tudo se esvaindo, em um minuto, em uma palavra, todos os sonhos, planos, todo amor. Só a dor não se esvai. Ela fica, implica, faz ferida e machuca, magoa e não deixa criar casca. Parece mesmo que não sara, não seca, não acaba, não fecha, não para.
Você sente.
Você não entende.
Você não sabe.
Você não percebe.
Você espera.
É tudo diferente agora. Tudo mudou naquele instante, quando houve sinceridade houve dor, houve nada, houve tudo, houve o que era real e o que foi inventado, fantasiado, sentido. Houve lágrima, houve riso, houve o tempo parado, o avião lotado, o pensamento perturbado, houve lágrima.
Você é jovem.
Você intensifica.
Você imagina.
Você não tem noção.
Você aprende.
Então você lembra que “o pra sempre, sempre acaba” de Cássia faz sentido quando a dor se vai, e que a afirmativa de Marcos ao dizer que “toda dor é por enquanto” agora se encaixa. Eles não disseram quanto tempo é “sempre” ou “por enquanto”, mas passa, acaba, muda, tudo muda, assusta, faz falta, mas não há dor, não há lágrima, há cicatriz e experiência.
Você não é mais tão jovem, mas seu coração pode ser.
Você se desmonta e se refaz.
Você entendeu.
Você aprendeu.
Você viveu.
Um amor não correspondido, uma amizade abalada.
Um amigo nem sempre se torna um amor, mas um amor sempre é mais que um amigo.
Você não é mais tão jovem.
Você cresceu.
Você sobreviveu.
Você amou, agora você descobriu.
Bela – Poesia – Você ! abrs