“Quando morre alguém, você não pensa na sua conta de luz. Não lembra de quem não respeita sua opinião, aceita “Deus te abençoe” de qualquer lábio.
Quando morre alguém, pouco importa a diversão, a divergência, a sua roupa. Ainda menos importante é a vaidade do seu sonho, a conduta que você não concorda, o cisco no olho do outro e até mesmo a trave no seu.
Quando morre alguém você lembra que não sabe tudo, se identifica com quem não encontra palavras. Você não valoriza aquilo que valorizava em vão (sabendo disso). Quando morre alguém você se torna, à duras penas, alguém mais interessado em Deus e em você mesmo, do que na opinião que as pessoas tem sobre o seu Deus e sobre você mesmo.
Quando morre alguém, morrem achismos desnecessários. E se você tiver fé (ou noção de que isso aqui não é tudo), nasce também uma certa doçura. A doçura briga com a dureza da vida, e você quase se sente culpado por ver que está aprendendo com o natural. Mas a culpa também vai embora, porque você é humano e pode ter todas as dúvidas e medos, e pode aprender com isso porque a dor é real. É tudo seu.
Quando morre alguém, as coisas mais importantes ficam mais potentes e amáveis. A perda ensina, a vida é uma chance. E não distante disso tudo, quando morre alguém, pensamos com estranheza, assombro e silêncio, em Deus.Quem é Deus? Esse ser íntimo e o meu único cúmplice justamente quando não sei do que se trata sua existência?
Quando alguém morre por aqui, o Homem pensa em Deus. Quando Deus morreu na cruz, ele pensava no Homem.Vai ver é por isso a morte, apesar do gosto amargo, deixa o Homem sentir-se mais próximo da essência da Vida. Até mesmo a morte foi transformada por Deus.
Quando alguém morre, alguma coisa em nós procura Deus com mais humildade. E nada pode ser mais poderoso que isso. . . .
Esse texto é pra dizer que se você perdeu alguém, você vai ficar bem.
Aqui é só uma parte do todo.
Que Deus conforte nossas perdas, ajudando-nos a não nos desperdiçarmos.” – Elayui