Dos presentes que te dei, meu coração eu não aceito de volta.
A: Estava pensando, o q faz uma garota em plena consciência, com todas suas faculdades, se envolver com um cara como eu.
B: Isso vai depender da garota. Pode ser que ela se envolva por ser apenas mais um rostinho bonito, um cara legal, inteligente, um capricho.
A: É, pode ser.
B: Depende da garota como disse. Pode ser que ela considere um desafio arriscar se envolver e tentar lhe conhecer além dos títulos de “cara legal”, “inteligente”; ela esteja disposta a conhecer todos os seus defeitos e qualidades aprendendo a conviver e suportar, gostar de você por cada um deles; ela perceba que não só os opostos se atraem, mas que atração também coincide, se identifica, se reconhece; acredite não ser o único ser estranho no mundo, que existe alguém tão louco, tão complexo e tão humano quanto ela. Talvez acredite que no fim vale a pena, que tem que valer e provavelmente ela faça valer porque desafios devem ser cumpridos a risca, desejos devem se realizar, e ela não aceite deixar nada por fazer, meios termos. Ou se cumpre, ou desiste. Não sei ao certo, é uma série de fatores, depende da garota.
B: Depende. Depende de ele terminar esse suspiro profundo q está fazendo agora com cara de “UAU!”. A cara de “Uau!” é por estar impressionado com todas essas variáveis, com toda essa concepção que essa garota tem, essas intenções, essas imaginações. Será que essa garota está mesmo a fim de conhecer a fundo todos os gestos, gostos e defeitos desse garoto?
B: Alguma dúvida de que ela pode estar quebrando conceitos por isso?
A: Não. Nenhuma dúvida. Tudo muito claro.
B: Talvez a tal garota decidiu se aventurar, e colidir de frente com os receios, duvidas e conceitos pré-estabelecidos durante todo um período.
A: Isso é bom. Acontece que esse garoto já tem um histórico complicado, é meio inquieto, não possui residência fixa, não tem endereço, a única coisa fixa que tem é o CPF porque o governo assim institui. Nem mesmo suas ideias são fixas. Ele não fornece segurança a ninguém. Pode ser que a disposição aventureira dessa garota querendo quebrar alguns conceitos, não acompanhe a rotinha tresloucada desse garoto.
B: Todas essas advertências, não são pra motivar a desistência da garota?
A: Não. Só queria medir o nível da sua insanidade.
B: “Pra quem tem pensamento forte, o impossível é só questão de opinião. E disso, os loucos sabem.”
A: A vontade agora é de colidir com a tal garota, um acidente pra deixar todas as sequelas possíveis.
B: …
(16 de junho de 2011)
A colisão prevê um texto retrógrado, publicado futuramente.